Maio 2010 – 22h – Sala da BIR
Dia 7 (Sex) – Post Card
Mário Marques – saxofones / Ruben Santos – trombone / Sérgio Carolino – sousafone / Michael Lauren – bateria
Nova Orleães, fim do século XIX. As brass bands são as formações musicais mais populares de uma cidade multicultural. Grande parte dos seus habitantes tem origem africana, francesa ou espanhola, ou ainda inglesa, cubana, dominicana… Uma boa parte são membros das muitíssimas bandas, com ensaios regulares e a participação nas várias festividades da cidade. É claro, as celebrações são muitas e espalhadas por todo o calendário: o 4 de Julho, a Tomada da Bastilha, as festas religiosas espanholas. Depois os funerais, com os hinos solenes na ida e as marchas festivas na volta – fantástica mistura da tristeza europeia da morte e da celebração africana da libertação do espírito. A música faz-se com uma intensidade que não tem paralelo em mais nenhum ponto da Federação.
Chicago, Nova Iorque e outros locais de passagem, perto dos anos 20. Os músicos de Nova Orleães estão por todo o lado, e os imitadores também. As bandas fogem cada vez mais ao rigor do que está na partitura, uma tendência que não é nova mas que se generaliza. As marchas de John Philip Sousa já não são sagradas; nelas como em todo o repertório, a melodia serve a imaginação e a inspiração do músico criador. Mas para além da herança da música de Sousa, fica também o sousafone – o instrumento criado por J. W. Pepper a seu pedido. Com ele, o tubista (que passa a… sousafonista) pode vestir o seu instrumento e marchar em plena performance. É ele, ou o contrabaixista, que assegura os baixos das bandas de dixieland, o jazz recém-nascido. Entre muitas variantes possíveis, a melodia original pode ser interpretada de forma mais ou menos livre pelo trompete, enquanto clarinete e trombone fantasiam em complemento. Improvisam, mas não como solistas únicos, coisa que virá um pouco mais tarde e se começará a ouvir em figuras como Louis Armstrong. Na secção rítmica pode ainda haver um banjo, um piano ou uma guitarra. E claro, a bateria, propulsor inevitável de todo o movimento.
Valado de Frades, 2010. A instrumentação económica de The Postcard Brass Band não esquece nenhuma das características da música de Nova Orleães. A palheta do clarinete dá lugar à do saxofone soprano e a improvisação colectiva constrói-se sobre os arranjos originais dos membros da banda. Em palco estão os ambientes festivos e os mais melancólicos de uma música que mudou o rumo da cultura popular e construiu uma boa parte do século XX.
Dia 8 (Sáb) – Septeto do Hot
João Moreira - trompete / Pedro Moreira - saxofone tenor / Claus Nymark - trombone / Bruno Santos - guitarra e direcção musical /
Rodrigo Gonçalves - piano / Bernardo Moreira - contrabaixo / André Sousa Machado – bateria
O Septeto do Hot Clube de Portugal foi criado em 2001 e é composto por docentes da Escola de Jazz Luíz Villas-Boas, todos eles músicos de créditos firmados no panorama do Jazz português. Este grupo pretende ir ao encontro de um dos objectivos do Hot Clube, tal como foi idealizado pelo seu fundador: a divulgação do Jazz, tendo já actuado um pouco por todo o país: AngraJazz, Fozjazz, Hot Clube, Teatro Municipal da Madeira, Luanda, Festival Jazz Valado, etc.
Em 2008, ano em que o Hot Clube comemorou os seus 60 anos de existência, o Septeto apresentou um repertório original de Bruno Santos (também director musical do septeto) influenciado por Wayne Shorter, Joe Henderson, Herbie Hancock, Dave Douglas, entre outros, que funde as correntes jazzísticas "mainstream" às novas tendências.
Este repertório foi editado em disco lançado em Outubro de 2009.
Dia 9 (Dom) – Big Band Nazaré (16h30) Entrada Livre
Joaquim Pequicho e João Capinha - saxofones alto e soprano / André Murraças e Wilson Ferreira - saxofone tenor / Pedro Morais - saxofone barítono / Vítor Guerreiro, Margarida Louro, Luís Guerreiro e André Venâncio – trompete / Reinold Vrielink, Élio Fróis, Luís Pires e Fábio Matias – trombone / Gonçalo Justino – guitarra / Ricardo Caldeira – piano / Gonçalo Leonardo - contrabaixo / Bruno Monteiro – bateria / Júlia Valentim – voz / Adelino Mota – direcção
A Big Band do Município da Nazaré formou-se em Setembro de 99, por proposta do seu director à Câmara Municipal, na sequência de existirem no Concelho três Orquestras Ligeiras Juvenis e uma Banda, e tem como objectivo dar oportunidade de continuação aos Jovens que se forem destacando nas formações até aqui existentes.
Nos Concertos, apresenta o repertório variado passando pelos “standard’s” de Jazz, por temas com ritmos de influência latino-americana, tais como a “salsa” e também alguns originais de estilo “Funk” que são verdadeiramente a música contemporânea para este tipo de grupos. Constam ainda do repertório algumas das mais conhecidas “canções” do Jazz, com a presença de uma cantora.
É composta por 5 Saxofones (2 Altos, 2 Tenores e 1 Barítono), 4 Trompetes, 4 Trombones, Piano, Guitarra, Baixo, Bateria e Voz em alguns temas.
Esta Big-Band fez Concertos em Portugal, Espanha, Bélgica e Alemanha, destacando-se a participação no Festival de Jazz de Pontevedra, Festival de Música de Medina del Campo, Festival de Jazz da Alta Estremadura, Festival de Jazz de Aljustrel, Festival de Jazz de Portalegre, Festa do Jazz no Teatro S. Luís, nos Encontros de Jazz de Évora (com Carlos Martins como convidado), no Festival de Tomar, Palco 1º de Maio da Festa do Avante, no Hot Club de Portugal, Bflat em Matosinhos e no Portugal Jazz em diversas localidades.
O lançamento do primeiro CD decorreu na apresentação feita no 2º Festival Internacional de Big Band’s realizado em Julho de 2003 na Nazaré, tendo como convidada a cantora Joana Rios e em 2005 no 4º Festival, um concerto com a cantora Jacinta.
O segundo CD, “Filme”, editado em 2006, e o terceiro “10 Anos”, editado em 2009, são a mostra da evolução musical desta formação e têm recebido os melhores elogios da crítica especializada, tendo sido discos em destaque em alguns programas de rádio e revistas dedicadas ao jazz.
Dia 14 (Sex) – GS Quartet
Gileno Santana – trompete / Joaquim Rodrigues – piano / José Carlos – contrabaixo / Mário Costa – bateria
Liderado pelo trompetista Gileno Santana, o GS Quartet encontra na música popular brasileira o seu repertório de eleição, apresentando temas originais. Os elementos do quarteto são todos formados em Jazz pela Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo, do Porto e transportam para as suas interpretações as mais variadas influências dando uma nova vida a temas clássicos da MPB.
Uma das preocupações do grupo é mostrar a verdadeira essência da música... uma música totalmente livre e ao mesmo tempo totalmente presa nas suas células rítmicas e acordes dissonantes. Graças ao talento desta nova geração de músicos, isso é possível!
Dia 15 (Sáb) – “Flajazzados”
Alexandre Andrade – trompete / Omar Hamido - sax alto / Francisco Andrade - sax tenor / Pedro Gil – guitarra / Marco Martins – baixo / Sónia Cabrita – bateria / Zé Eduardo – piano e direcção / Vitor Reia-Batista - textos, narração
Este grupo situa-se estilisticamente no jazz que vai do pós bop até ao experimentalismo actual através de um repertório maioritariamente original. Os "Flajazzados" é um ensemble virado à investigação musical, onde se tenta potenciar o lado criativo dos seus membros dentro do contexto dos arranjos escritos mas maleáveis. A presença de um narrador dá à música contornos muitas vezes inesperados. O facto deste projecto ser liderado por Zé Eduardo, já chamado de “timoneiro” do jazz no país, confere-lhe toda a credibilidade.
Dia 16 (Dom) – Combo de Alunos do Hot Clube (16h30) Entrada Livre
Joana Alegre – voz / Ricardo Toscano – sax alto / Nuno Marinho – guitarra / Miguel Amorim – piano / André Rosinha – contrabaixo / Pedro Madeira – bateria
A escola de Jazz Luiz Villas-Boas, também conhecida por Escola do Hot Club, é sem a dúvida pioneira do ensino desta música no nosso país. A grande maioria dos actuais “jazzistas” nacionais foi aluno desta instituição. Numa altura em que já há mais escolas dedicadas a este género musical, esta continua a ser uma das mais influentes e todos os anos por esta passam excelentes alunos. A provar isso mesmo, teremos este combo formado por actuais alunos
Dia 21 (Sex) – “Unsung Cats”
Ivan Silvestre – sax / Nuno Ferreira – guitarra / João Custódio – contrabaixo / Joel Silva – bateria
Na linguagem do jazz – o chamado slang (jargão) – Cat significa, literalmente, músico de jazz. Foi precisamente desta raiz, e especificamente do livro que homenageia o lendário Warne Marsh, que nasceu a designação do quarteto Unsung Cats, formação que tem a sua estreia na presente edição do Festival de Jazz de Valado dos Frades.
O grupo é composto por Ivan Silvestre (saxofone), Nuno Ferreira (guitarra), João Custódio (contrabaixo) e Joel Silva (bateria), quatro músicos que estão longe de ser ilustres desconhecidos (Unsung Cats) pois três deles integram, por direito próprio, a avassaladora onda de novos talentos da mais recente geração de músicos de jazz portugueses e Nuno Ferreira é já um nome sobejamente conhecido e reconhecido neste género musical.
O repertório destes notáveis Unsung Cats é maioritariamente composto por temas originais, representando a procura de originalidade que se impõe a cada nova geração, verdadeira porta aberta para algo inédito e para a actualização desta linguagem musical centenária e universal que é o jazz.
João Moreira dos Santos
Promotor e historiador de Jazz; autor do blogue Jazz no País do Improviso
Dia 22 (Sáb) – Maria Anadom Latin Quartet
Maria Anadon – voz / Victor Zamora – piano / Nelson Cascais – contrabaixo / Marcelo Araújo - bateria.
Maria Anadon tem no seu percurso de cantora diversos cds gravados com variadíssimos músicos, destacando-se os dois últimos, gravados nos Estados Unidos com o famoso quinteto feminino, Five Play, onde tem arrancado as melhores criticas nacionais e comentários fantásticos da crítica internacional.
Este projecto Latin, alia a recriação dos velhos mas sempre renovados standards com cores diferentes de sabor latino, tendo como base as harmonias e o puro sangue cubano do excelente pianista Vítor Zamora, ajudado pelo contrabaixo de Nelson Cascais e a juventude, balanço e irreverência de Marcelo Araújo.
Nos seus espectáculos, sensualidade, doçura e sofisticação alinham-se numa harmonia perfeita, num misto de elegância e provocação.
Fonte: www.jazzvalado.net
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A Organização do Jazz Valado agradece a divulgação e a futura presença.
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